Juntamente com a evolução do homem na sociedade,
parte importante foi se perdendo.
O uso de pedras para pavimentação, construção de
casas e etc, foi tornando a vida do homem mais fácil mas ao mesmo tempo fria
como a mesma pedra. O homem começou uma jornada de expansão de modo a facilitar
a vida, florestas e árvores repletas de vida foram dando espaço a cidades
frias.
A fauna que conseguiu se adaptar a vida fria das
cidades, faz parte de nosso cotidiano e são consideradas como “pragas”, estão
entre os mais comuns os ratos, baratas e mosquitos e os outros animais nos
causa medo, tais como cobras, aranhas, etc. A flora se vê constantemente
ameaçacada ao comportamento destrutivo do homem.
O coração do homem “frio”, corações de pedra, perdeu
e ainda está perdendo sentimentos belos e altruístas e está dando espaço a
sentimentos intimamente egoístas. O individualismo foi potencializando em cada
homem os sentimentos de inveja e orgulho. Isso foi gerando uma vontade de ser
mais importante, ter mais e representar mais que o próximo. Coisas que fizeram
com que hoje os homens passem um por cima dos outros, usando de táticas
mesquinhas, cruéis ou até violentas.
Assim como a natureza foi perdendo espaço para a
selva de pedras, a boa natureza do homem foi perdendo espaço para esses sentimentos
frios. O mundo adoeceu e nós também.
Sociedades primitivas viviam em harmonia com a
natureza, os homens primitivos sabiam como usa-lá sem depreda-lá ao mesmo
tempo. Usavam de divisão de trabalhos onde cada membro da comunidade
necessitava do outro para que tudo funcionasse em harmonia, coisa que
certamente aprenderam com a própria natureza que brilhantemente trabalha essa
harmonia entre todos os seus seres. Na chamada teia da vida dos shamans, tudo
está interligado na natureza, inclusive nós mesmos, mas temos uma terrível
mania de brincar de Deus e querer sair dessa teia.
De fato, tudo na natureza está interligado, tudo e
todos são dependentes uns dos outros, desde as plantas que necessitam do sol e
da lua, até os animais que se alimentam dessas plantas, que vão alimentar outros
animais e que vão alimentar outros animais e assim sucessivamente até chegarmos
em nós mesmos, e até temos os que vão se alimentar de nós mesmos quando
morrermos e dos restos de outros animais. É tudo admirável. Em todo esse processo nada se perde, como diriam os
físicos a energia não se perde, ela se transforma.
Mas se enganam os que pensam que este fenômenos é
recente, não é. Como disse antes o homem foi abandonando a natureza e ao mesmo
tempo, sua própria natureza.
Hoje em dia as coisas só estão ficando cada vez
mais evidenciadas. A tecnologia, grande facilitadora da vida nos mostra hoje um
novo mundo. Redes sociais são vitrines e pela internet podemos nos conectar e
conhecer o outro lado do mundo mesmo nunca tendo ido até lá. É essa tecnologia
que permite que você leia este pensamento escrito.
E não há mal nisso, ou talvez haja. A tecnologia
nos permite conhecer cada vez mais coisas e nos traz junto a vontade de obter
essas coisas. Esse evento dá força a ganância existente em todos nos. Lembrem-se
que ganância não é somente pelo dinheiro. Conhecimento, prazer, sentimentos e
tudo mais podem incitar nossa ganância.
É fácil perceber o quanto o contato com a natureza
nos faz falta. É comum ouvir alguem dizer que se sente revigorado ao estar em
contato com a natureza, que a mesma é fantástica, perfeita, fascinante e que a vida na cidade é estressante e difícil. Isso é
óbvio, a cidade não é nosso habitat natural, é o habitat gélido e sem vida que
criamos para nós mesmos. Porém no íntimo de cada um, mesmo que bem escondido,
existe algo que diz que está tudo errado, que nossa vida não é vedada a nascer,
estudar, trabalhar, reproduzir e morrer. Algo que nos faz sentir vontade do
natural, da vida nos cercando por todo o lado.
Essa vontade é o que sobrou da nossa natureza.
04/10/2014
Gustavo Santiago"